sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Dois

Eles já se conheciam há algum tempo.

Bastante tempo, na verdade.

Falavam-se regularmente, acho que simpatizavam um com o outro.

Ele, falou a uns amigos que até achava ela meio bonitinha.

Ela, dizia a sua mãe que gostava de conversar com ele.

Mas nenhum dos dois tinham segundas intenções.

Então, numa certa tarde de domingo, dessas em que não se tem nada pra fazer,

Ele passou o seu msn para ela.

Ela já o havia adicionado, mas com a conta errada (bem típico).

Então ela descobriu que ele, escrevia muito bem.

E acabou lembrando que também gostava de escrever.

E os dois, que já se conheciam há tanto tempo,

Acharam que tinham um bocado de coisas em comum.

Ele ficou indignado quando soube que ela, nunca tinha ido ao cinema.

Convidou-a então.

Ela aceitou.

Foram...

Beijaram-se, caminharam de mãos dadas, jogaram conversa fora...

Pronto, não se desgrudaram mais.

Quando ele apareceu na casa dela, todo embrulhado pra presente,

Ela achou que ele, apesar de ficar muito bem de All Star,

Ficava ainda melhor com sapatos sociais.

Ela, teve muitos receios.

Ele, muita compreensão.

Na verdade, ela as vezes ainda tem um pouco de medo de estar voando alto demais.

Mas procura não pensar nisso.

Esse foi o início de uma história que continua...

Por muito tempo,

É o que ela espera.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Caixinhas de vidro

Eu recordo que quando era criança minha mãe costumava dizer que queria me colocar em uma caixinha de vidro. Na verdade ela ainda costuma dizer isso, mas hoje em dia, para os netos.

Só agora entendo a que ela se referia quando falava assim. É que nós adultos, ainda mais esse bicho estranho a quem chamamos carinhosamente de mãe, temos esse instinto de proteção para com os mais indefesos. Na caixinha de vidro de minha mãe, nenhum mal era capaz de me alcançar. E ela nem sabe, o quanto essa caixinha imaginária me protegeu.

Mas eu cresci, e a pequena caixa não deu mais conta do tamanho das minhas aflições, das intempéries que a vida, sempre sujeita a chuvas e tempestades, me trouxe durante o meu trajeto por esse mundo.

Muitas vezes eu quis encolher, como a Alice, aquela do país das Maravilhas, e caber novamente na caixinha da minha mãe. Mas o tempo, como um rio que segue seu o curso, não pode voltar atrás. E sei o quanto doeu nela, cada ferida que eu esperei pacientemente para curar.

Eu também gostaria de colocar tantas pessoas em caixinhas de vidro. Algumas crianças, outras nem tanto... Mas as caixas que construímos nunca são grandes o bastante. Mesmo assim queremos sempre proteger os que amamos, chegando ao absurdo muitas vezes de tentar impedir que eles vivam suas próprias experiências.

Mas cuidado, as caixinhas de vidro, mesmo as que guardam as melhores intenções, podem sufocar, e aí perdem a razão de ser e se transformam em prisões disfarçadas.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Poeminha para o meu amor

Há tanta luz no seu sorriso, que ofusca o meu olhar.

Fecho os meus olhos então, e o seu sorriso me beija.

E a luz do teu riso vem e ilumina toda minha escuridão.

(Quanta coisa cabe nesse instante, um infinito de sentimentos.)

Daí enxergo tudo tão claramente...E não tenho mais como tentar enganar a mim mesma.

Eu quero, e posso, acreditar que é amor!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Era uma vez

Era uma vez,

uma menina que não queria pentear os cabelos...

um garoto descendo a ladeira num carrinho de rolimã...

um casal de gatos namorando (e fazendo muito barulho)...

um carro enguiçado no semáforo...

gente na praia, curtindo o sol...

uma moça ouvindo músicas nostálgicas e pensando no namoro que acabou...

um homem comemorando o novo emprego...

outro chorando a morte do melhor amigo...


Tudo isso acontecendo paralelamente, no tempo e no espaço.

Xíii...acho que pirei!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Essências

Na minha humilde experiência de vida, e na minha maneira de perceber as pessoas, posso notar que somos o que pensamos, e também como agimos. Isso é a essência de cada indivíduo.

E sabe que eu sinto medo das pessoas que tem a essência de cristal. Ouvi dizer, e isso eu ainda não comprovei, que uma peça de cristal quando cai, não quebra, simplesmente desmancha-se. E há pessoas que são assim, na primeira adversidade desmorona, e não consegue enxergar além do momento difícil que esta passando. Recusa-se a olhar em volta e ver o sofrimento alheio, muitas vezes até mais aflitivo que o próprio. Tudo bem que isso pode até ser uma doença, então que se procure um médico, uma terapia, um sei lá o que... Na vida teremos problemas, isso é a coisa mais certa depois da morte!

Eu prefiro uma essência de vidro. Vidro cai, quebra, mas sempre podemos catar os caquinhos, o que custa muitas lágrimas; colar com cuidado, o que dá bastante trabalho, mas o resultado é muito bom. Sim, porque mesmo que não fique a mesma coisa, as marcas vão dizer por onde passamos e o que queremos nos tornar.

Viver não é fácil, conviver então... é complicado demais. Então simplifiquemos as coisas. Porque não descomplicar a vida, as relações? Isso é possível, acredite!

Todo esse blá blá blá, pra dizer o que o grande Carlos Drummond de Andrade, definiu tão bem, em uma única frase:
"A vida é uma pedra de amolar, desgasta-nos ou afia-nos, dependendo do metal de que somos feitos".